Por diagnósticos médicos
específicos para a
população negra
Especial de Promoção da Política de
Igualdade Racial (SEPPIR), que possui status
de Ministério e está ligada à Presidência da
República surgiu o Conselho Nacional de
Saúde que aprovou, por sua vez, a Política
Nacional de Saúde Integral da População
Negra, em 2006.
Mesmo assim, como acontece com os
aparatos de Estado, que burocratizam as boas
intenções, por causa das pressões urgentes da
cidadania organizada em torno dos sindicatos
e dos movimentos negros, a população negra
no Brasil ainda continua sem apoio para o
tratamento de doenças típicas de sua
condição racial.
Situação que é agravada por sua condição
social de pobreza e analfabetismo funcional, e
que continua a gerar desinformação que
mata, como acontece com os casos de
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, hanseníase, cancêr de
colo uterino e de mama, miomas, transtornos
mentais e a anemia falciforme.
Muitas dessas doenças são verdadeiras
epidemias modernas que afetam as
populações em vários estratos sociais e
regionais do Brasil e do mundo.
Mas a prevenção de grande parte dessas
epidemias modernas, a exemplo da
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, câncer do colo uterino
e de mamas poderia ser acelerada com
informações que fossem traduzidas para
grande parte da população negra que foi
mantida, desde a escravidão, distante da
Educação. E, portanto, com sérias dificuldades
de entender e pressionar o Sistema Único de
Saúde para lhes repassar informações e
diagnósticos que salvariam vidas da
população negra.
Saúde da população negra
e cidadania
A melhoria da saúde da população negra
passa, portanto, pelo respeito à cidadania do
homem e da mulher negra, que continuam
vítimas da discriminação racial, econômica e
social.
Por isso, as doenças que mais lhes afetam
não conseguem sensibilizar os órgãos
públicos para de fato levar até essa população
os tratamentos e as iniciativas preventivas que
lhes protejam as vidas.
É sabido que os negros e negras
desenvolvem mais hipertensão que os
brancos. Mas poucos especialistas ousam
vincular a incidência da doença com a
condição de escravos trazidos à força, em
navios negreiros, para as terras brasileiras.
O dr. Décio Mion é médico, especialista em
pressão arterial. É professor de Nefrologia,
dirige a Unidade de Hipertensão Arterial do
Hospital das Clínicas da Universidade São
Paulo e é um dos que reconhecem que “os
negros desenvolvem mais hipertensão do que
os brancos”.
E consegue uma explicação que vincula
essa condição à escravidão: “Uma das
hipóteses para justificar esse fato está nas
condições em que eram trazidos da África
para a América. Muitos morreram por causa
das infecções, porque vomitavam e tinham
diarreia e não conseguiam reter líquido.
Quem conseguia, sobreviveu. Eram os
sal-sensíveis", explica o doutor Décio Mion.
E continua: "Desse modo, houve uma
espécie de seleção natural. Provavelmente, a
maior parte dos negros que suportou a
viagem comia sal, retinha líquido, o que
elevava a pressão, e transmitiu essas
características aos seus descendentes.”
A origem africana também explicaria a
anemia falciforme.
Segundo o estudo “Anemia Falciforme,
origem e disseminação no Brasil”, dos
especialistas Leandro Batista Madruga,
Virgínia Santander e Denise Cheavegatti, se
trata de “uma doença crônica e hereditária,
podendo ocorrer em qualquer pessoa, com
incidência maior em algumas etnias, como
negros provenientes de origem africana”.
Segundo os autores do estudo, estudiosos
defendem que a anemia falciforme surgiu
como proteção dos povos africanos contra a
malária, visto que o protozoário Plasmodium
falciparum atinge a hemoglobina A. Ao passar
pela mutação genética, a gênese da
hemoglobina é alterada formando-se a
hemoglobina S. Com essa diferenciação
genética, a malária foi controlada, diminuindo
substancialmente a mortalidade dos
africanos, visto que o protozoário da malária
não infecta a hemoglobina S.
O que era um fator de sobrevivência na
África foi herdado principalmente pelos
afrodescendentes como uma condição que
passa ao largo dos diagnósticos dos médicos
brasileiros, que em sua maioria, examinam os
negros com altas doses de preconceito racial e
que os tratam, quando o fazem, apenas de
acordo com os parâmetros da medicina
européia convencional.
Cito esses dois exemplos para chamar a
atenção das lideranças sindicais, comunitárias
e políticas aqui presentes para a necessidade
de nos unirmos em torno de políticas públicas
de saúde que priorizem o tratamento, a
informação e os diagnósticos médicos
específicos para a população negra.
Porque muito mais do que os cuidados
necessários para as doenças que tipicamente
afetam homens e mulheres negras também
somos vítimas da falta de informações e de
orientações que ajudariam a salvar milhões de
vidas de diabéticos, hipertensos e de
mulheres que são vítimas fatais, todos os
anos, de cânceres de mama e do colo do
útero.
Sem mencionar o abandono a que é
mantida a juventude negra, fora dos bancos
escolares e dos empregos, vítimas
preferenciais do tráfico de drogas e das
doenças correlatas como alcoolismo,
dependência química e HIV/AIDS.Por diagnósticos médicos
específicos para a
população negra
A partir da criação, em 2003, da Secretaria
Especial de Promoção da Política de
Igualdade Racial (SEPPIR), que possui status
de Ministério e está ligada à Presidência da
República surgiu o Conselho Nacional de
Saúde que aprovou, por sua vez, a Política
Nacional de Saúde Integral da População
Negra, em 2006.
Mesmo assim, como acontece com os
aparatos de Estado, que burocratizam as boas
intenções, por causa das pressões urgentes da
cidadania organizada em torno dos sindicatos
e dos movimentos negros, a população negra
no Brasil ainda continua sem apoio para o
tratamento de doenças típicas de sua
condição racial.
Situação que é agravada por sua condição
social de pobreza e analfabetismo funcional, e
que continua a gerar desinformação que
mata, como acontece com os casos de
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, hanseníase, cancêr de
colo uterino e de mama, miomas, transtornos
mentais e a anemia falciforme.
Muitas dessas doenças são verdadeiras
epidemias modernas que afetam as
populações em vários estratos sociais e
regionais do Brasil e do mundo.
Mas a prevenção de grande parte dessas
epidemias modernas, a exemplo da
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, câncer do colo uterino
e de mamas poderia ser acelerada com
informações que fossem traduzidas para
grande parte da população negra que foi
mantida, desde a escravidão, distante da
Educação. E, portanto, com sérias dificuldades
de entender e pressionar o Sistema Único de
Saúde para lhes repassar informações e
diagnósticos que salvariam vidas da
população negra.
Saúde da população negra
e cidadania
A melhoria da saúde da população negra
passa, portanto, pelo respeito à cidadania do
homem e da mulher negra, que continuam
vítimas da discriminação racial, econômica e
social.
Por isso, as doenças que mais lhes afetam
não conseguem sensibilizar os órgãos
públicos para de fato levar até essa população
os tratamentos e as iniciativas preventivas que
lhes protejam as vidas.
É sabido que os negros e negras
desenvolvem mais hipertensão que os
brancos. Mas poucos especialistas ousam
vincular a incidência da doença com a
condição de escravos trazidos à força, em
navios negreiros, para as terras brasileiras.
O dr. Décio Mion é médico, especialista em
pressão arterial. É professor de Nefrologia,
dirige a Unidade de Hipertensão Arterial do
Hospital das Clínicas da Universidade São
Paulo e é um dos que reconhecem que “os
negros desenvolvem mais hipertensão do que
os brancos”.
E consegue uma explicação que vincula
essa condição à escravidão: “Uma das
hipóteses para justificar esse fato está nas
condições em que eram trazidos da África
para a América. Muitos morreram por causa
das infecções, porque vomitavam e tinham
diarreia e não conseguiam reter líquido.
Quem conseguia, sobreviveu. Eram os
sal-sensíveis", explica o doutor Décio Mion.
E continua: "Desse modo, houve uma
espécie de seleção natural. Provavelmente, a
maior parte dos negros que suportou a
viagem comia sal, retinha líquido, o que
elevava a pressão, e transmitiu essas
características aos seus descendentes.”
A origem africana também explicaria a
anemia falciforme.
Segundo o estudo “Anemia Falciforme,
origem e disseminação no Brasil”, dos
especialistas Leandro Batista Madruga,
Virgínia Santander e Denise Cheavegatti, se
trata de “uma doença crônica e hereditária,
podendo ocorrer em qualquer pessoa, com
incidência maior em algumas etnias, como
negros provenientes de origem africana”.
Segundo os autores do estudo, estudiosos
defendem que a anemia falciforme surgiu
como proteção dos povos africanos contra a
malária, visto que o protozoário Plasmodium
falciparum atinge a hemoglobina A. Ao passar
pela mutação genética, a gênese da
hemoglobina é alterada formando-se a
hemoglobina S. Com essa diferenciação
genética, a malária foi controlada, diminuindo
substancialmente a mortalidade dos
africanos, visto que o protozoário da malária
não infecta a hemoglobina S.
O que era um fator de sobrevivência na
África foi herdado principalmente pelos
afrodescendentes como uma condição que
passa ao largo dos diagnósticos dos médicos
brasileiros, que em sua maioria, examinam os
negros com altas doses de preconceito racial e
que os tratam, quando o fazem, apenas de
acordo com os parâmetros da medicina
européia convencional.
Cito esses dois exemplos para chamar a
atenção das lideranças sindicais, comunitárias
e políticas aqui presentes para a necessidade
de nos unirmos em torno de políticas públicas
de saúde que priorizem o tratamento, a
informação e os diagnósticos médicos
específicos para a população negra.
Porque muito mais do que os cuidados
necessários para as doenças que tipicamente
afetam homens e mulheres negras também
somos vítimas da falta de informações e de
orientações que ajudariam a salvar milhões de
vidas de diabéticos, hipertensos e de
mulheres que são vítimas fatais, todos os
anos, de cânceres de mama e do colo do
útero.
Sem mencionar o abandono a que é
mantida a juventude negra, fora dos bancos
escolares e dos empregos, vítimas
preferenciais do tráfico de drogas e das
doenças correlatas como alcoolismo,
dependência química e HIV/AIDS.Por diagnósticos médicos
específicos para a
população negra
A partir da criação, em 2003, da Secretaria
Especial de Promoção da Política de
Igualdade Racial (SEPPIR), que possui status
de Ministério e está ligada à Presidência da
República surgiu o Conselho Nacional de
Saúde que aprovou, por sua vez, a Política
Nacional de Saúde Integral da População
Negra, em 2006.
Mesmo assim, como acontece com os
aparatos de Estado, que burocratizam as boas
intenções, por causa das pressões urgentes da
cidadania organizada em torno dos sindicatos
e dos movimentos negros, a população negra
no Brasil ainda continua sem apoio para o
tratamento de doenças típicas de sua
condição racial.
Situação que é agravada por sua condição
social de pobreza e analfabetismo funcional, e
que continua a gerar desinformação que
mata, como acontece com os casos de
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, hanseníase, cancêr de
colo uterino e de mama, miomas, transtornos
mentais e a anemia falciforme.
Muitas dessas doenças são verdadeiras
epidemias modernas que afetam as
populações em vários estratos sociais e
regionais do Brasil e do mundo.
Mas a prevenção de grande parte dessas
epidemias modernas, a exemplo da
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, câncer do colo uterino
e de mamas poderia ser acelerada com
informações que fossem traduzidas para
grande parte da população negra que foi
mantida, desde a escravidão, distante da
Educação. E, portanto, com sérias dificuldades
de entender e pressionar o Sistema Único de
Saúde para lhes repassar informações e
diagnósticos que salvariam vidas da
população negra.
Saúde da população negra
e cidadania
A melhoria da saúde da população negra
passa, portanto, pelo respeito à cidadania do
homem e da mulher negra, que continuam
vítimas da discriminação racial, econômica e
social.
Por isso, as doenças que mais lhes afetam
não conseguem sensibilizar os órgãos
públicos para de fato levar até essa população
os tratamentos e as iniciativas preventivas que
lhes protejam as vidas.
É sabido que os negros e negras
desenvolvem mais hipertensão que os
brancos. Mas poucos especialistas ousam
vincular a incidência da doença com a
condição de escravos trazidos à força, em
navios negreiros, para as terras brasileiras.
O dr. Décio Mion é médico, especialista em
pressão arterial. É professor de Nefrologia,
dirige a Unidade de Hipertensão Arterial do
Hospital das Clínicas da Universidade São
Paulo e é um dos que reconhecem que “os
negros desenvolvem mais hipertensão do que
os brancos”.
E consegue uma explicação que vincula
essa condição à escravidão: “Uma das
hipóteses para justificar esse fato está nas
condições em que eram trazidos da África
para a América. Muitos morreram por causa
das infecções, porque vomitavam e tinham
diarreia e não conseguiam reter líquido.
Quem conseguia, sobreviveu. Eram os
sal-sensíveis", explica o doutor Décio Mion.
E continua: "Desse modo, houve uma
espécie de seleção natural. Provavelmente, a
maior parte dos negros que suportou a
viagem comia sal, retinha líquido, o que
elevava a pressão, e transmitiu essas
características aos seus descendentes.”
A origem africana também explicaria a
anemia falciforme.
Segundo o estudo “Anemia Falciforme,
origem e disseminação no Brasil”, dos
especialistas Leandro Batista Madruga,
Virgínia Santander e Denise Cheavegatti, se
trata de “uma doença crônica e hereditária,
podendo ocorrer em qualquer pessoa, com
incidência maior em algumas etnias, como
negros provenientes de origem africana”.
Segundo os autores do estudo, estudiosos
defendem que a anemia falciforme surgiu
como proteção dos povos africanos contra a
malária, visto que o protozoário Plasmodium
falciparum atinge a hemoglobina A. Ao passar
pela mutação genética, a gênese da
hemoglobina é alterada formando-se a
hemoglobina S. Com essa diferenciação
genética, a malária foi controlada, diminuindo
substancialmente a mortalidade dos
africanos, visto que o protozoário da malária
não infecta a hemoglobina S.
O que era um fator de sobrevivência na
África foi herdado principalmente pelos
afrodescendentes como uma condição que
passa ao largo dos diagnósticos dos médicos
brasileiros, que em sua maioria, examinam os
negros com altas doses de preconceito racial e
que os tratam, quando o fazem, apenas de
acordo com os parâmetros da medicina
européia convencional.
Cito esses dois exemplos para chamar a
atenção das lideranças sindicais, comunitárias
e políticas aqui presentes para a necessidade
de nos unirmos em torno de políticas públicas
de saúde que priorizem o tratamento, a
informação e os diagnósticos médicos
específicos para a população negra.
Porque muito mais do que os cuidados
necessários para as doenças que tipicamente
afetam homens e mulheres negras também
somos vítimas da falta de informações e de
orientações que ajudariam a salvar milhões de
vidas de diabéticos, hipertensos e de
mulheres que são vítimas fatais, todos os
anos, de cânceres de mama e do colo do
útero.
Sem mencionar o abandono a que é
mantida a juventude negra, fora dos bancos
escolares e dos empregos, vítimas
preferenciais do tráfico de drogas e das
doenças correlatas como alcoolismo,
dependência química e HIV/AIDS.Por diagnósticos médicos
específicos para a
população negra
A partir da criação, em 2003, da Secretaria
Especial de Promoção da Política de
Igualdade Racial (SEPPIR), que possui status
de Ministério e está ligada à Presidência da
República surgiu o Conselho Nacional de
Saúde que aprovou, por sua vez, a Política
Nacional de Saúde Integral da População
Negra, em 2006.
Mesmo assim, como acontece com os
aparatos de Estado, que burocratizam as boas
intenções, por causa das pressões urgentes da
cidadania organizada em torno dos sindicatos
e dos movimentos negros, a população negra
no Brasil ainda continua sem apoio para o
tratamento de doenças típicas de sua
condição racial.
Situação que é agravada por sua condição
social de pobreza e analfabetismo funcional, e
que continua a gerar desinformação que
mata, como acontece com os casos de
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, hanseníase, cancêr de
colo uterino e de mama, miomas, transtornos
mentais e a anemia falciforme.
Muitas dessas doenças são verdadeiras
epidemias modernas que afetam as
populações em vários estratos sociais e
regionais do Brasil e do mundo.
Mas a prevenção de grande parte dessas
epidemias modernas, a exemplo da
hipertensão arterial, diabetes mellitus,
HIV/AIDS, tuberculose, câncer do colo uterino
e de mamas poderia ser acelerada com
informações que fossem traduzidas para
grande parte da população negra que foi
mantida, desde a escravidão, distante da
Educação. E, portanto, com sérias dificuldades
de entender e pressionar o Sistema Único de
Saúde para lhes repassar informações e
diagnósticos que salvariam vidas da
população negra.
Saúde da população negra
e cidadania
A melhoria da saúde da população negra
passa, portanto, pelo respeito à cidadania do
homem e da mulher negra, que continuam
vítimas da discriminação racial, econômica e
social.
Por isso, as doenças que mais lhes afetam
não conseguem sensibilizar os órgãos
públicos para de fato levar até essa população
os tratamentos e as iniciativas preventivas que
lhes protejam as vidas.
É sabido que os negros e negras
desenvolvem mais hipertensão que os
brancos. Mas poucos especialistas ousam
vincular a incidência da doença com a
condição de escravos trazidos à força, em
navios negreiros, para as terras brasileiras.
O dr. Décio Mion é médico, especialista em
pressão arterial. É professor de Nefrologia,
dirige a Unidade de Hipertensão Arterial do
Hospital das Clínicas da Universidade São
Paulo e é um dos que reconhecem que “os
negros desenvolvem mais hipertensão do que
os brancos”.
E consegue uma explicação que vincula
essa condição à escravidão: “Uma das
hipóteses para justificar esse fato está nas
condições em que eram trazidos da África
para a América. Muitos morreram por causa
das infecções, porque vomitavam e tinham
diarreia e não conseguiam reter líquido.
Quem conseguia, sobreviveu. Eram os
sal-sensíveis", explica o doutor Décio Mion.
E continua: "Desse modo, houve uma
espécie de seleção natural. Provavelmente, a
maior parte dos negros que suportou a
viagem comia sal, retinha líquido, o que
elevava a pressão, e transmitiu essas
características aos seus descendentes.”
A origem africana também explicaria a
anemia falciforme.
Segundo o estudo “Anemia Falciforme,
origem e disseminação no Brasil”, dos
especialistas Leandro Batista Madruga,
Virgínia Santander e Denise Cheavegatti, se
trata de “uma doença crônica e hereditária,
podendo ocorrer em qualquer pessoa, com
incidência maior em algumas etnias, como
negros provenientes de origem africana”.
Segundo os autores do estudo, estudiosos
defendem que a anemia falciforme surgiu
como proteção dos povos africanos contra a
malária, visto que o protozoário Plasmodium
falciparum atinge a hemoglobina A. Ao passar
pela mutação genética, a gênese da
hemoglobina é alterada formando-se a
hemoglobina S. Com essa diferenciação
genética, a malária foi controlada, diminuindo
substancialmente a mortalidade dos
africanos, visto que o protozoário da malária
não infecta a hemoglobina S.
O que era um fator de sobrevivência na
África foi herdado principalmente pelos
afrodescendentes como uma condição que
passa ao largo dos diagnósticos dos médicos
brasileiros, que em sua maioria, examinam os
negros com altas doses de preconceito racial e
que os tratam, quando o fazem, apenas de
acordo com os parâmetros da medicina
européia convencional.
Cito esses dois exemplos para chamar a
atenção das lideranças sindicais, comunitárias
e políticas aqui presentes para a necessidade
de nos unirmos em torno de políticas públicas
de saúde que priorizem o tratamento, a
informação e os diagnósticos médicos
específicos para a população negra.
Porque muito mais do que os cuidados
necessários para as doenças que tipicamente
afetam homens e mulheres negras também
somos vítimas da falta de informações e de
orientações que ajudariam a salvar milhões de
vidas de diabéticos, hipertensos e de
mulheres que são vítimas fatais, todos os
anos, de cânceres de mama e do colo do
útero.
Sem mencionar o abandono a que é
mantida a juventude negra, fora dos bancos
escolares e dos empregos, vítimas
preferenciais do tráfico de drogas e das
doenças correlatas como alcoolismo,
dependência química e HIV/AIDS.
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